Somos propriedade individual do mundo e
devemos garantir essa propriedade odiando e acabando uns com os outros.
Está é a
ordem.
O que não esperavam é que os olhares se cruzassem no meio desse caminhar
desesperador do sem rumo, do solitário, do só.
Os olhos que se cruzam, quando se
reconhecem, quebram as grades que nos fazem ser solitários, rompem o meu olhar,
o seu olhar.
Criam uma realidade que não se permitiu nunca experimentar.
Uma
realidade real.
Uma realidade sem grades, amarras, sem um.
Quando saímos de nós,
somos apenas um.
Se rompemos com o ser um, entendemos a unidade do nós.
Estar em
si, no outro, em todos.
No mesmo aroma do café fresco em tempos diferentes, na
mesma lágrima escorrida em gerações diferentes, no toque, no olhar, na presença,
na existência, no ser..
Cada todos e um.
Não ter barreiras.
Deixar de ser
O que
se é
Pra ser.
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