22 de set. de 2021

Rizomas


O ódio é o caminho destinado à nós. 
Somos propriedade individual do mundo e devemos garantir essa propriedade odiando e acabando uns com os outros. 
Está é a ordem. 
O que não esperavam é que os olhares se cruzassem no meio desse caminhar desesperador do sem rumo, do solitário, do só. 
Os olhos que se cruzam, quando se reconhecem, quebram as grades que nos fazem ser solitários, rompem o meu olhar, o seu olhar.
Criam uma realidade que não se permitiu nunca experimentar. 
Uma realidade real. 
Uma realidade sem grades, amarras, sem um. 
Quando saímos de nós, somos apenas um. 
Se rompemos com o ser um, entendemos a unidade do nós. 
Estar em si, no outro, em todos. 
No mesmo aroma do café fresco em tempos diferentes, na mesma lágrima escorrida em gerações diferentes, no toque, no olhar, na presença, na existência, no ser.. 
Cada todos e um.
Não ter barreiras. 
Deixar de ser 
O que se é 
Pra ser.

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